Foi publicado agora em abril na Speech Communication o primeiro artigo publicado pela Murabei em parceria com pesquisadores da Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Espírito Santo e Trinity College de Dublin/Irlanda. O tema vem de uma parceria de mais de 4 anos com o com Laboratório de Fonética e Linguagem (LAFALIN) da USP, esta parceria já possibilitou cursos, participações em congresso e agora nosso primeiro artigo internacional que pode ser verificado no link.
O objetivo principal do artigo é entender melhor as diferenças entre a fala e o canto: O que nos levaria a identificar quando uma pessoa está cantando ou falando? Para isso foram amostrados fragmentos de fala e canto de diversas pessoas e calculado o F0, correspondente à frequência fundamental que é uma medida do quão agudo ou grave é um determinado som.
Inicialmente, o canto tem uma variação de F0 muito mais ampla que a fala o que é lógico visto que existe uma melodia a ser seguida. Entretanto, quando calculamos a estabilidade (o quanto o F0 varia dentro de uma vogal) foi possível verificar que o canto é muito mais estável. O modelo ainda identificou alguns outliers, no qual havia grande variação no F0 dentro da vogal que correspondiam a uma mudança de nota ou mesmo um vibrato (Beyonce style!). Para um resultado mais preciso estes casos foram removidos por se encontrarem a mais de 1.95 desvios padrão da média da vogal, sendo que a mesma técnica foi utilizada tanto para o canto como para a fala.
Além do modelo estatístico, foi implementada uma rede neural para detecção de canto vs fala que apresentou bons resultados.
Vale antes de tudo um agradecimento especial a Beatriz Raposo de Medeiros, com quem temos uma parceria longa e de quem partiu o convite para participar dessa pesquisa. Mas também para João Paulo Cabral e Alexsandro R. Meireles também co-autores desse trabalho com quem tive oportunidade de discussões muito produtivas.
Essa artigo é decorrente da visão que a Murabei tem de auxiliar e estreitar os laços com a academia. Acreditamos que uma troca de duas mão onde também podemos colaborar com o Data Science em publicações é fundamental para oxigenar nossa empresa e motivar todos nós a sairmos de nossas regiões de conforto: não é comum recebermos demandas do mercado para analisar o canto e fala por F0 por exemplo.
Se você é um pesquisador e precisa de Data Science, fale conosco! As vezes podemos colaborar… quem sabe saem mais artigos 🙂